terça-feira, 5 de abril de 2016

Consumidores apontam desemprego como causa de inadimplência, diz Boa Vista SCPC

O desemprego é a principal causa da inadimplência dos consumidores brasileiros, aponta a pesquisa nacional Perfil do Consumidor Inadimplente, realizada pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), referente ao primeiro trimestre. De acordo com o levantamento, 41% dos entrevistados não conseguiram pagar as contas em dia por conta desse fator, avanço de seis pontos porcentuais em relação ao apurado no mesmo período do ano passado. Do total, 66% dos inadimplentes no primeiro trimestre de 2016 são homens, mantendo tendência existente desde o início da série histórica, em março de 2012.

O desemprego tem afetado a inadimplência principalmente para as famílias que ganham até três e entre três a dez salários mínimos, com 49% e 34% das menções, impossibilitando-as de efetuarem o pagamento de suas contas regularmente. No primeiro trimestre do ano passado, esses percentuais eram de 41% e 30%, respectivamente.

Em segundo lugar das causas da inadimplência, os consumidores mencionaram a diminuição de renda (18% do total), alta de sete p.p. na mesma base de comparação, seguido de descontrole financeiro (15%, diminuição de 13 p.p). Esse último fator diminuiu nas três faixas de renda observadas: até três salários mínimos (de 25% para 13%), entre três a dez salários mínimos (de 31% para 19%) e acima de dez salários mínimos (de 27% para 16%). Para aqueles com renda familiar acima de dez salários mínimos, aumentam os casos de "esqueceram de pagar" com 24% das citações, contra 19% do mesmo período do ano anterior.

O porcentual de consumidores que declararam possuir apenas uma conta que causou a restrição passou de 40% para 49%, se comparado ao primeiro trimestre de 2015. A pesquisa da Boa Vista SCPC mostrou também que 17% possuem quatro contas ou mais em atraso, contra 23% registrados no mesmo trimestre do ano anterior.

Entre as famílias com renda de até três e entre três a dez salários mínimos, houve aumento da inadimplência em função do não pagamento de empréstimo pessoal. O porcentual passou de 6% para 10% em ambos os perfis.

O otimismo dos consumidores apresentou queda de 4 pontos percentuais em comparação ao mesmo trimestre de 2015, passando de 80% para 76% das menções de que a relação recebimentos/gastos para os próximos meses estaria melhor. Para 24% deles, no ano de 2017, esta relação estará igual ou pior à atual.

Ainda de acordo com o levantamento, a situação econômica está deixando o consumidor retraído: 74% dos entrevistados não pretendem fazer novas compras nos próximos meses, tão logo consigam quitar as dívidas que causaram a restrição. Entre os que pretendem voltar às compras depois de saldados os compromissos, a compra de um carro zero km continua a ser o "sonho de consumo" (43%), três p.p. acima em relação ao ano anterior. A compra de imóveis surge em segundo lugar, mesmo diminuindo a intenção de 23% para 18% das menções.

O levantamento foi realizado pela Boa Vista SCPC, em todo o País, no período de 22 de fevereiro a 3 de março, com 1.019 consumidores inadimplentes.

FONTE: FORÇA SINDICAL

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Caixa lança aplicativo para consultar depósitos do FGTS

A Caixa Econômica Federal lançou nesta quinta-feira, 31, um aplicativo que permite aos trabalhadores brasileiros conferirem o extrato do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O banco também desenvolveu um outro aplicativo, chamado de Caixa Trabalhador, para consultas do PIS, abono salarial e seguro-desemprego.

"Os dois aplicativos são um investimento em soluções que proporcionem uma maneira prática para o trabalhador acompanhar a situação de seus direitos", afirmou a presidente da Caixa, Miriam Belchior, por meio de nota. Segundo a vice-presidente de Fundos Loterias, Deusdina dos Reis Pereira, o custo do banco com o desenvolvimento do aplicativo foi "residual". Ela não informou o valor exato.

O banco afirmou que o aplicativo atende principalmente aos anseios dos trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho nos últimos anos. Para acessá-lo é preciso ter o número do NIS, que pode ser localizado nos extratos do FGTS, cartão do PIS, carteira de trabalho, cartão do cidadão ou com o empregador. Caso o trabalhador não tenha um desses documentos, ele pode solicitar uma segunda via de inscrição em uma agência da Caixa, sem custos.

Com o número do NIS, o trabalhador precisa fazer um cadastro que exige número do CPF, identidade e do título de eleitor. O aplicativo permite o acompanhamento da regularidade dos depósitos pela empresa do FGTS. Também é possível consultar, por meio do recurso de geolocalização, a agência da Caixa mais perto para ser atendido, caso precise.

O lançamento do aplicativo faz parte das comemorações dos 50 anos do FGTS. O fundo foi criado para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao mercado de trabalho. Pela lei, essa poupança forçada dos trabalhadores deve ser usada para investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura.

Na quarta-feira, 30, o Ministério da Fazenda editou medida provisória (MP) que permite o uso do FGTS como garantia ao crédito consignado. A medida, com impacto estimado em incremento de R$ 17 bilhões nas operações com desconto na folha de pagamento, tinha sido anunciada há dois meses no escopo do pacote de crédito de R$ 83 bilhões. O conselho curador do FGTS ainda precisa regulamentá-la.

O trabalhador pode sacar seu FGTS em razão de demissão ou em ocasiões especiais, como aquisição da casa própria ou aposentadoria. A remuneração das contas é de 3% ao ano mais TR, bem abaixo da inflação. Em agosto de 2015, foi aprovado projeto na Câmara dos Deputados que aumenta gradativamente o retorno até atingir 6,17% ao ano em 2019. A medida precisa ser aprovada no Senado e sancionada pela Presidência da República.

FONTE: FORÇA SINDICAL